Muitos anos atrás, em uma das nossas idas à Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o melhor filme que assisti foi NÃO AMARÁS, do cineasta polonês Krzysztof Kieslowski, morto em 1996.
Depois vim a saber que o filme integrava uma série que ele rodou para a TV Polonesa, chamada DECÁLOGO. Consegui os dvds da série e me encantei com o cinema contundente, profundo e humano de Kieslowski.
Claro que depois, com a trilogia das cores, AZUL, VERMELHO e BRANCO e com o excepcional A DUPLA VIDA DE VERONIQUE, o cinema diferenciado do polonês se tornou muito conhecido.
Ontem dando uma pesquisada no Amazon Prime Video, me deparo com NÃO AMARÁS.
DEKALOG, SZESC (1989) mostra um jovem solitário funcionário dos Correios que se dedica a observar uma mulher que mora no prédio em frente. Liberada (embora também solitária), ela recebe homens em seu apartamento quase todas as noites, se tornando um fascínio para o jovem.
A dupla central de atores é extraordinária. Olaf Lubaszenko faz um Tomek primoroso, em seus silêncios, olhares e expressões. Grazyna Szapolowska vive uma Magda incrível, fulgurante e linda em certas cenas, depressiva e solitária em várias outras passagens do filme.
Será que há chance para esses dois solitários se encontrarem?
O meio ambiente frio e despojado da Polônia dá o tom propício à narrativa.
Kieslowski foi um cineasta brilhante. Seus filmes são exercícios do melhor cinema, em histórias de alto humanismo.
Na minha opinião, NÃO AMARÁS, mesmo tantos anos depois, segue sendo uma obra prima.
Many years ago, on one of our trips to the São Paulo International Film Festival, the best film I saw was DEKALOG, SZESC, by Polish filmmaker Krzysztof Kieslowski, who died in 1996.
Later I found out that the film was part of a series he shot for Polish TV, called DECALOG. I got the dvds of the series and fell in love with Kieslowski’s blunt, deep and human cinema.
Of course, later, with the color trilogy, BLUE, RED and WHITE and with the exceptional THE DOUBLE LIFE OF VERONIQUE, Polish cinema became very well known.
Yesterday doing a search on Amazon Prime Video, I came across DEKALOG, SZESC.
DEKALOG, SZESC (1989) shows a lonely young postal worker who is dedicated to observing a woman who lives in the opposite building. Liberated (although also lonely), she has men in her apartment almost every night, becoming a fascination for the young man.
The central duo of actors is extraordinary. Olaf Lubaszenko makes an exquisite Tomek, in his silences, looks and expressions. Grazyna Szapolowska lives an incredible Magda, sparkling and beautiful in certain scenes, depressed and lonely in several other parts of the film.
Is there a chance for these two loners to meet?
The cold and stripped down environment of Poland sets the right tone for the narrative.
Kieslowski was a brilliant filmmaker. His films are exercises in the best cinema, in stories of high humanism.
In my opinion, DEKALOG, SZESC, even so many years later, it remains a masterpiece.
Cinemarcoblog 