RETRATOS FANTASMAS: As Memórias dos Velhos Cinemas de Rua

O cineasta Kleber Mendonça Filho faz seu melhor filme no documentário RETRATOS FANTASMAS, em cartaz na NETFLIX.

São 93 minutos passeando pelas memórias do cineasta em Recife, indo das lembranças de sua mãe, à velha casa onde foi criado para chegar nas memórias que tem dos velhos cinemas de rua da capital pernambucana.

Sempre falamos que ir ao cinema é um ritual. Ninguém desconhece a qualidade ímpar e o conforto dos moderadíssimos cinemas de shoppings (hoje quase exclusivos no Brasil). Mas qualquer cinéfilo que se preze tem memórias afetivas indeléveis de filmes e experiências que passou nos antigos cinemas de rua.

Os cinemas de rua têm (ou tinham) seu charme próprio e acentuavam o caráter ritualístico de se ir ao cinema, meio pasteurizados nos shoppings.

O filme de Mendonça Filho é pura emoção. Se sucedem na tela imagens que tocam fundo na nossa memória.

Fiquei com muita inveja que Mendonça Filho não é gaúcho e que RETRATOS FANTASMAS, em que pese sua universalidade, não fosse sobre os velhos cinemas de rua de Porto Alegre.

Aí, acho que eu não resistiria à emoção.

RETRATOS FANTASMAS é um filme maravilhoso e merece todos os elogios rasgados que vem recebendo por onde é exibido.

Filmmaker Kleber Mendonça Filho makes his best film in the documentary PICTURES OF GHOSTS, showing on NETFLIX.

It’s 93 minutes walking through the filmmaker’s life in Recife, going from his mother’s memories, to the old house where he was raised to arriving at the memories he has of the old street cinemas in the capital of Pernambuco.

We always say that going to the cinema is a ritual. No one is unaware of the unique quality and comfort of the very modern shopping mall cinemas (today almost exclusive in Brazil). But any self-respecting cinephile has indelible emotional memories of films and experiences they had in the old street cinemas.

Street cinemas have (or had) their own charm and accentuated the ritualistic character of going to the cinema, somewhat pasteurized in shopping malls.

Mendonça Filho’s film is pure emotion. Images appear on the screen that touch deep in our memory.

I was very jealous that Mendonça Filho is not from Rio Grande do Sul and that PICTURES OF GHOSTS, despite its universality, was not about the old street cinemas of Porto Alegre.

Then, I don’t think I could resist the emotion.

PICTURES OF GHOSTS is a wonderful film and deserves all the praise it has received wherever it is shown.