O cineasta siciliano Luca Guadagnino vem construindo uma obra absolutamente autoral, com filmes em que é cada vez mais fácil identificar a “assinatura do diretor”.
RIVAIS (outro título nacional empobrecedor em ralação ao riquíssimo CHALLENGERS) vem nesta linha.
Dois promissores jogadores de tênis americanos duelam desde a adolescência por torneios, taças, pontos, namoradas e seus desejos explícitos ou implícitos.
Eu achei que há uma diferença extraordinária entre a qualidade interpretativa da estrela Zendaya e seus companheiros de tela, os ascendentes Mike Faist (Artie) e Josh O’Connor. Desde EUPHORIA, se via que Zendaya é uma das melhores atrizes de sua geração. Vai dominar, nos próximos anos, as premiações de melhor atriz. Sua Tashi é primorosa, rica, emotiva, ambígua, dominadora, hesitante, uma jovem descobrindo as vicissitudes da vida.
O fato da carreira brilhante como tenista lhe ter sido retirada brusca e precocemente por uma lesão jo joelho, deu à personagem um certo caráter trágico que está subjacente em todas as cenas. Muito triste.
Claro que o foco central de Guadagnino são os dois duelistas. A evidente atração homoeróticas entre eles rivaliza o tempo todo com o fascínio que Tashi exerce na dupla. Isso dá ao cineasta (e ao roteiro) oportunidade de ótimas cenas.
O tênis é outro personagem do filme. O cruel e exaustivo circuito mundial (retratado de forma meio mambembe em quadras sem a grandeza da realidade) meio que passa pelo filme, sendo um riquíssimo tema que poderia entrar muito mais forte na trama.
Gostei das filmagens dos jogos, com movimentos e ângulos de câmara muito criativos de Guadagnino. PACTO SINISTRO, de Alfred Hitchcock, até hoje segue sendo o filme que melhor colocou imagens de um jogo de tênis nas telas. CHALLENGERS ousa criar cenas bem interessantes dos jogos.
Por tudo isso, CHALLENGERS é um filme bem sucedido. Guadagnino e Zendaya valem muito o ingresso.
Os dois são entertainers de primeira prateleira.
Sicilian filmmaker Luca Guadagnino has been building an absolutely authorial work, with films in which it is increasingly easy to identify the “director’s signature”.
RIVAIS (another impoverishing national title compared to the very rich CHALLENGERS) comes in this line.
Two promising American tennis players have been dueling since they were teenagers for tournaments, cups, points, girlfriends and their explicit or implicit desires.
I found there to be an extraordinary difference between the acting quality of star Zendaya and her screen companions, the ascendant Mike Faist (Artie) and Josh O’Connor(Zweig). Since EUPHORIA, it was clear that Zendaya is one of the best actresses of her generation. In the coming years, she will dominate the best actress awards. Her Tashi is exquisite, rich, emotional, ambiguous, domineering, hesitant, a young woman discovering the vicissitudes of life.
The fact that her brilliant career as a tennis player was taken away abruptly and prematurely by a knee injury, gave the character a certain tragic tone that underlies every scene. Very sad.
Of course, Guadagnino’s central focus is the two male duelists. The evident homoerotic attraction between them constantly rivals the fascination that Tashi exerts on the duo. This gives the filmmaker (and the script) the opportunity for great scenes.
Tennis is another character in the film. The cruel and exhausting world circuit (portrayed in a somewhat lame way on courts without the grandeur of reality) kind of passes through the film, being a very rich theme that could be much stronger in the plot.
I liked the footage of the games, with Guadagnino’s very creative camera movements and angles. STRANGERS ON A TRAIN, by Alfred Hitchcock, remains to this day the film that best put images of a tennis game on screen. CHALLENGERS dares to create very interesting scenes from tennis games.
For all these reasons, CHALLENGERS is a successful film. Guadagnino and Zendaya are well worth the price of admission.
Both are top-notch entertainers.
Cinemarcoblog 