Eu gosto muito de A FAVORITA e fiquei encantando com a loucura de POBRES CRIATURAS. Acho que nestes dois filmes, o cineasta grego Yorgos Lanthimos conseguiu das vazão a sua incrível caótica visão de mundo (e das relações humanas) mas manter a narrativa razoavelmente dentro de um padrão de entretenimento.
O muito dark TIPOS DE GENTILEZA, ora em cartaz na Apple TV, marca o retorno de Lanthimos para os tempos de THE LOBSTER e THE KILLING OF A SACRED DEER. Acho que são filmes que agradam muito mais o diretor que seu público. Na minha opinião, foi um passo atrás.
TIPOS DE GENTILEZA tem uma estrutura interessante. São três histórias (o que já foi moda no cinema italiano e no brasileiro), em que títulos na tela anunciam ao espectador que estamos mudando de enredo. O mesmo elenco (muito bom por sinal) se alterna em papéis diversos a cada segmento. Os títulos referem um certo R.M.F., personagem que não sei ao certo quem é.
Jesse Plemons (lutando contra fixcar identificado demais com um tipo de papel), Emma Stone, Willem Dafoe, Margaret Qualley e os recém chegados ao mundo Lanthimiano, Fadeke Adeola e Hong Chau cumprem o desafio de fazer todos os papeis principais.
Já manifestei que tenho certa aversão quando o cineasta resolve apelar para cenas de violência explícita. Para mim, neste ponto, menos é mais. Aqui Lanthimos derrama sangue em várias cenas, a meu ver, em desfavor do filme.
Gostei muito do uso da música, exemplar em acrescentar elementos às narrativas.
A FAVORITA e POBRES CRIATURAS tinha seu conteúdo de humor negro, por certo, mas ao menos aos meus olhos se constituíram em filmes muito interessantes de ver.
Aqui, como se fosse um filé passado demais, acho que Lanthimos passou do ponto. Por certo há muita coisa boa no filme. Todos os envolvidos são pessoas inteligentes e talentosas.
Mas reitero que achei esse TIPOS DE GENTILEZA um passo atrás no universo cinematográfico de Yorgos Lanthimos.
I really like THE FAVOURITE and I was enchanted by the madness of POOR THINGS. I think that in these two films, Greek filmmaker Yorgos Lanthimos managed to express his incredibly chaotic vision of the world (and human relationships) while keeping the narrative reasonably within an entertainment standard.
The very dark KINDS OF KINDNESS, currently showing on Apple TV, marks Lanthimos’ return to the days of THE LOBSTER and THE KILLING OF A SACRED DEER. I think these are films that please the director much more than their audience. In my opinion, this new film is a step backwards.
KINDS OF KINDNESS has an interesting structure. There are three stories (which was once fashionable in Italian and Brazilian cinema), in which titles on the screen announce to the viewer that we are changing the plot. The same cast (very good, by the way) alternates in different roles in each segment. The titles refer to a certain R.M.F., a character whose identity I am not sure of.
Jesse Plemons (struggling against being too identified with one type of role), Emma Stone, Willem Dafoe, Margaret Qualley and newcomers to the Lanthimos world, Fadeke Adeola and Hong Chau, meet the challenge of playing all the main roles.
I have already stated that I have a certain aversion when the filmmaker decides to resort to scenes of explicit violence. For me, at this point, less is more. Here Lanthimos spills blood in several scenes, in my opinion, to the detriment of the film.
I really liked the use of music, exemplary in adding elements to the narratives.
THE FAVOURITE and POOR CREATURES had their dark humor content, of course, but at least in my eyes they were very interesting films to watch.
Here, as if it were a steak that was overcooked, I think Lanthimos overdid it. There is certainly a lot of good stuff in the film. Everyone involved is intelligent and talented.
But I reiterate that I found this KINDS OF KINDNESS a step backwards in Yorgos Lanthimos’ cinematic universe.
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