GLADIADOR II é um excelente filme. É impressionante a quantidade de elementos interessantes do filme de Ridley Scott, um cineasta britânico de 87 anos.
Claro que GLADIADOR – o original – é um clássico, um filme daqueles em que tudo encaixou, teve um Russell Crowe antológico , ganhou 5 Oscars e se tornou imortal.
GLADIADOR II, ao menos por enquanto disputa outro campeonato. Mas se sai muito bem. Como filme épico, é perfeito. As batalhas (e as lutas nas arenas) são espetacularmente encenadas, deixando o espectador sem fôlego. O requinte é uma recriação de uma batalha no mar, dentro do Coliseu, com direito a tubarões sanguinários e famintos. De cair o queixo. A magia do cinema pela mão de quem sabe como poucos sua arte.
Mas o filme não se contente com isso. Tem o drama da vingança do filho do general Maximus contra Roma pelo que fez a seu pai, no primeiro filme. É um filme dentro do filme. Também muito bem sucedido. Hanno (Paul Mescal) tem dentro de si a raiva que o move em frente contra tudo e contra todos. A morte prematura de sua amada Arishat (Yuval Gunen) só o alimenta mais ainda da sede de vingança contra os romanos.
Mas tem os males da guerra, da ambição e das tiranias. Os Imperadores Gêmeos, Caracalla (Fred Herzinger) e Geta (Joseph Queen) são a representação de líderes políticos que vemos todas as noites na TV, ao redor do mundo. Cruéis, desumanos, ambiciosos, personalistas, se lixando para os romanos ou mesmo para Roma. Seus egos doentios são o guia único de suas ações. Um enredo moderno encenado na Roma antiga.
Aí entra o tema da guerra. Por que há guerras? Por que este desejo belicista eterno e destrutivo? Para Scott, alguém tem que erguer a voz e chamar a humanidade à razão. Guerras são apenas destruição e sofrimento levados ao extremo. Ninguém sai vencedor.
Uma palavra sobre Macrinus, o personagem maravilhosamente interpretado por Denzel Washington. Ele foi escravo, gladiador, soldado e agora, livre, ensaia um papel misto de negociador de gladiadores, manipulador político e candidato a tirano. É utilitarista e ganancioso. Não vê obstáculos. É fascinante ver seu trabalho. Um grande ator em um papel memorável. Os vilões são sempre atraentes.
Connie Nielsen, Pedro Pascal, Derek Jacobi e grande elenco atuam de forma excelente sob a batuta de Scott.
Ridley Scott já assinou como diretor incríveis 59 filmes e com o produtor mais de 160 títulos. O sujeito que fez BLADE RUNNER, ALIEN, GLADIADOR, THELMA & LOUISE e OS DUELISTAS tem seu nome eternizado no cinema.
Já ganhou o direito de esquecermos seus maus trabalhos. São um assunto menor diante de tantos filmes que lembraremos para sempre.
GLADIATOR II is an excellent film. The amount of interesting elements in the film by Ridley Scott, an 87-year-old British filmmaker, is impressive.
Of course, GLADIATOR – the original – is a classic, one of those films in which everything fit together, had an anthological Russell Crowe, won 5 Oscars and became immortal.
GLADIATOR II, at least for now, is competing in another championship. But it does very well. As an epic film, it is perfect. The battles (and the fights in the arenas) are spectacularly staged, leaving the viewer breathless. The refinement is a recreation of a battle at sea, inside the Colosseum, complete with bloodthirsty and hungry sharks. Jaw-dropping. The magic of cinema by the hands of someone who knows his art like few others.
But the film is not content with that. It has the drama of the revenge of General Maximus’ son against Rome for what they did to his father in the first film. It is a film within a film. Also very successful. Hanno (Paul Mescal) has within him the rage that drives him forward against everything and everyone. The premature death of his beloved Arishat (Yuval Gunen) only fuels his thirst for revenge against the Romans even more.
But there are the evils of war, ambition and tyranny. The Twin Emperors, Caracalla (Fred Herzinger) and Geta (Joseph Queen) are the representation of political leaders that we see every night on TV, around the world. Cruel, inhumane, ambitious, personalistic, not giving a damn about the Romans or even Rome. Their sick egos are the only guide for their actions. A modern plot staged in ancient Rome.
This is where the theme of war comes in. Why are there wars? Why this eternal and destructive desire for war? For Scott, someone has to raise their voice and call humanity to reason. Wars are just destruction and suffering taken to the extreme. No one comes out a winner.
A word about Macrinus, the character wonderfully played by Denzel Washington. He was a slave, a gladiator, a soldier and now, free, he plays a mixed role of gladiator negotiator, political manipulator and would-be tyrant. He is utilitarian and greedy. He sees no obstacles. It is fascinating to watch his work. A great actor in a memorable role. The villains are always attractive.
Connie Nielsen, Pedro Pascal, Derek Jacobi and a great cast perform excellently under Scott’s baton.
Ridley Scott has signed on as director an incredible 59 films and as producer over 160 titles. The man who made BLADE RUNNER, ALIEN, GLADIATOR, THELMA & LOUISE and THE DUELISTS has his name immortalized in cinema.
He has already earned the right to forget his bad work. They are a minor issue compared to so many films that we will remember forever.
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