BABYGIRL: O Primeiro dos Melhores Filmes de 2025 ou o Último dos Melhores de 2024. Tanto faz.

Ontem, domingo, 29 de dezembro tive uma experiência inédita. Fui ao cinema às 8h10min da manhã de um domingo. E chovendo. Vi que o complexo CINEMARK PARADISE 24 tinhas sessões de todos os títulos bem cedo pela manhã e resolvi ver o instigante BABYGIRL, da cineasta holandesa Halina Reijn.

Havia cerca de 30 pessoas para ver todos os filmes em cartaz aquela hora. Eu e mais duas pessoa interessadas na personagem de Nicole Kidman. Romy é a CEO de uma empresa de automação sediada em Nova Iorque. Exitosa, ela vive com o marido Jacob (um diretor de teatro vivido por Antônio Banderas) em um suntuoso apartamento em Manhattan. Tem duas filhas. Vive no paraíso.

Mas a cabeça de Romy, na área dos desejos sexuais de uma mulher madura e resolvida, está longe de estar acomodada, como revela a impactante cena inicial.

Lá pelas tantas, Romy, a caminho do trabalho, quase é atacada por um cachorro. Quem a salva é um jovem Samuel (Harry Dickinson) que depois aparece na sala de Romy como um dos integrantes da nova equipe de estagiários contratada pela firma.

Desde os primeiros olhares, o relacionamento entre Romy e Sam é muito complicado. Há as regras da companhia vetando envolvimentos entre funcionários, especialmente aqueles com poder, o casamento “feliz” de Romy, a marginalidade provocativa de Sam, os jogos de dominação e desejo, presentes em todos os momentos.

Romy vai arriscar tudo o que tem pelo novo e incandescente affair?

Manola Darghis, do THE NEW YORK TIMES, referiu que Romy lembra muito outra personagem interpretada por Nicole. Kidman, a fascinante Alice Harford, de DE OLHOS BEM FECHADOS, do mestre Stanley Kubrick. Nas duas, os caminhos eróticos de uma mulher moderna são explorados com lupa. Absolutamente fascinante.

A diretora Reijn se permite muitas metáforas cinematograficamente ricas, como o ataque do cachorro, a cena do copo de leite, os dois quartos de hotel, a sexualidade da filha mais velha de Romy, a cena da peça teatral que Jacob está por estrear.

Achei o filme muito rico. Em idéias e em propostas visuais. Reijn não tem medo de ousar. Vai destemidamente atrás de suas teses.

E, ao final deste emocionante estudo sobre a sexualidade e o poder femininos, nos mostra que a liberdade pela ainda está longe de ser conquistada. A mesquinhez humana ainda procura tirar vantagens das aparentes fraquezas dos outros.

A Remy de Nicole Kidman é por todos os ângulos uma mulher fascinante.

Deixe uma resposta