No Oscar 2025, o filme aparecia com duas indicações. Ganhou uma estatueta. No BAFTA teve três indicações e ganhou duas. No Globo de Ouro teve quatro indicações e ganhou um. Já são 66 prêmios em mais de 90 indicações.
A VERDADEIRA DOR, de Jesse Eisenberg é um belíssimo filme.
Conta a história de dois primos americanos que depois de anos de afastamento se reunem para uma viagem à Polônia, onde iriam conhecer a casa onde nasceu sua avó, recentemente falecida. Ela era uma das sobreviventes do Holocausto.
David Kaplan (Jesse Eisenberg) é um bem sucedido vendedor de anúncios na internet. Mora em Manhattan com sua esposa e o filho pequeno, um prodígio em recitar dados sobre os grandes prédios da Big Apple.
Benji Kaplan (Kieran Culkin) é um outsider. Já teve problemas com drogas, foi internado, pula de emprego em emprego e nunca se encontrou na vida.
Os dois guardam da infância um carinho recíproco, um amor fraterno, um pouco esquecido.
Benji é tudo o que o que David não é. E vice versa.
A excursão que eles vão fazer reune um grupo de pessoas com laços de judaísmo. Há um casal de idosos judeus, um viúva judia e um homem nascido em Ruanda que se converteu ao judaísmo. Todos têm em comum guardarem uma dor pelo Holocausto, vivamente transmitida por parentes.
O filme tem momentos belíssimos. Usa e abusa de silêncios (a trilha sonora ótima vai e volta), como a silenciosa visita a um campo de concentração.
Nesse contexto, David e Benji tentam recuperar sua fraternidade. A vida colocou muitas diferenças entre os dois. Mas o esforço deles é verdadeiramente comovente.
Kieran Culkin tem feito a limpar nos prêmios de interpretação de coadjuvante. Depois do enorme sucesso que fez em SUCCESSION, o papel de Benji lhe cai como uma luva. Benji é um maluquete com sentimentos. Pelo passado e pelos outros. Meio brusco em dizer o que pensa, ele nunca disfarça sentimentos, o que lhe dá uma autenticidade plena.
A VERDADEIRA DOR é um baita filme.