TUBARÃO: 50 Anos de um Filme Feito à Perfeição

Faz 50 anos que o filme TUBARÃO (JAWS) foi lançado nos Estados Unidos. Em 1975, no verão americano, a adaptação que a Universal, Richard D. Zannuck e o jovem prodígio Steven Spielberg fizeram do mega best seller de Peter Benchley sobre um tubarão branco gigante que ataca parte da população da pacata cidade de AMITY (Amizade), virou um blockbuster como até então nunca tinha sido visto.

No Brasil, o filme somente entrou em cartaz no final do ano de 1975. lembro bem que os cinemas colocavam imensos painéis pintados em que a boca do TUBARÃO era a janelinha da bilheteria, onde o espectador tinha que colocar a mão para pagar ingresso. Coisa dos anos 70.

JAWS – tirante a inacreditável repercussão de público e imprensa – era realmente um filme notável. Um drama de aventura (os três mocinhos bem diferentes entre si, um xerife com medo do mar, um oceanógrafo jovem e ambicioso e um pescador veterano e criado na escola da vida e da guerra saem a bordo de um barco mabembe para caçar a besta. Roy Scheider, Richard Dreyfuss e Robert Shaw nada menos que perfeitos), com traços de crítica política (as autoridades como sempre preferem se omitir por interesses suspeitos), uma narrativa com um suspense quase insuportável ( o tubarão leva quase uma hora para aparecer em cena), uma música nada menos que brilhante de John Williams e a direção de Spielberg, um gênio do cinema então com vinte e poucos anos.

Acho que muitas vezes TUBARÃO é um filme subestimado. Trata-se de uma obra cinematográfica perfeita. Seu roteiro coleciona cenas e diálogos antológicos. Sua filmagem foi inovadora (o ataque inicial à loirinha nua no mar é icônico), brilhante e inspiradora para dezenas de filmes posteriores. Até hoje surgem pastiches muito menos inspirados, como SHARKNADO, THE SHALLOWS, 47 METRES DOWN, THE MEG, OPEN WATER, DEEP BLUE SEA, fora as próprias sequências da franquia original, que só foram piorando filme a filme.

Já vi JAWS mais de vinte vezes. É impossível não se apavorar nas sequencias mais tensas e rir muito nas quebras de ritmo que Spielberg habilidosamente entremeou na narrativa para não matar seus espectadores antes do final do filme.

JAWS é um clássico. Queiram ou não marcou seu nome na história do cinema. 

Deixe uma resposta