Eu gosto bastante do cinema dos Irmãos Coen. Desde ARIZONA NUNCA MAIS. Acho o jeito deles de contar histórias sempre criativo e anárquico, atraente e divertido. Joel e Ethan têm um senso de humor muito próprio deles. Dá para identificar à distância.
HONEY DON’T, o novo filme de Ethan Coen é uma comédia dark que homenageia os filmes noir. Para começar a narrativa é centrada numa Detetive Particular muito diferente. Honey O`Donahue (a lindíssima Margaret Qualley de A SUBSTÂNCIA) tem seu escritório poeira, sua secretária fiel, seu arquivo Rolodex, onde recebe clientes em busca de parceiros desaparecidos. Só que ela – respeitando os tempos atuais é linda, decidida, gay e não tem medo de nada.
Na trama ela vai investigar três ou quatro crimes ligados a uma seita religiosa liderada por um pastor messiânico que parece mais interessado em sexo S&M com as fiéis. Ele é o Reverendo Drew Devlin, divertido papel de Chris Evans, que já foi o Capitão América, hoje mais interessado em fornicar em posições pouco ortodoxas.
O terceiro vértice da história é a Policial MG Falcone, vivida por Aubrey Plaza, outra mulher descolada e com agenda própria.
Entre eles vão orbitar personagens muito loucos saídos da cabeça privilegiada de Ethan Coen. Como a francesa Chére (Lera Abova) um misto de assassina profissional e “fixer” de gângsters de plantão, que desfila de vespa pelas paisagens áridas do deserto e se banha nua nas águas transparentes do rio local.
Não espere coerência da história de Coen. Mas para quem curte uma boa história noir de detetive, com um quem matou misterioso, mortes gráficas e exageradas, nenhum respeito por vovós fofas, senta o pé e se divirta.
HONEY NÃO é um prato cheio.