Sem dúvida, o elenco é quase sempre uma das forças do cinema americano. Desde o surgimento do Star System, lá pelas décadas de 40/50 quando o principal argumento de marketing dos filmes saiu do nome dos produtores e veio para os atores e atrizes.
Edward Burns e sua turma estão noutra batida. Seus filmes cabeça desenvolvem roteiros intelectualizados com muitos diálogos, situações do dia a dia que vão e vem, infidelidades e paixões, normalmente de casais e ex-casais de meia idade, numa Nova Iorque muito charmosa.
MILLERS IN MARRIAGE, seu mais recente filme, percorre tudo isso com muito charme.
Olhem o elenco. O próprio Burns (é claro), Julianna Margulies, Gretchen Mol, Morena Baccarin, Patrick Wilson, Minnie Driver, Benjamin Bratt, Campbell Scott, Brian James D`Arcy e outros menos votados.
A quantidades de diálogos brilhantes do roteiro é fascinante. São meia dúzia de casais discutindo as relações de modo afiado, sempre com a Big Apple e arredores de moldura.
Tirei duas situações do roteiro.
O músico cinquentão vivido por Benjamin Bratt tenta impressionar a personagem de Gretchen Mol e diz a ela que está pensando em sair de Nova Iorque. “A cidade valoriza os jovens com muito dinheiro. Não me enquadro em nenhuma das duas coisas”.
Campbell Scott inicia a leitura do novo livro da esposa Juliana Margulies e diz a ela. “Talvez seja seu melhor livro até agora. Ainda é sobre gente rica e seus problemas com champagne”.
Duro, por vezes cruel, mas excelente de ser ver e refletir.
MILLERS IN MARRIAGE é um baita filme.