HOMO ARGENTUM – 16 Histórias Sobre a Miséria Humana Por um Excelente Ator Argentino

Sempre que perguntado, aponto O SEGREDO DOS SEUS OLHOS, de Campanella como o melhor filme argentino que já vi. Nele, depois dos merecidíssimos elogios para os trabalhos de Ricardo Darin e Soledad Villamil, a atuação de Guillermo Francella, como o escrivão Pablo Sandoval é daquelas atuações para ficar eternamente na memória do cinéfilo. Ali conheci um outro grande ator argentino.

Está em cartaz nos cinemas HOMO ARGENTUM, de Mariano Cohn e Gustavo Duprat, um tour de force em que 16 pequenas histórias são contadas. Todas tendo como personagens centrais tipos urbanos portenhos vividos por Guillermo Francella.

Há duas semelhanças com filmes italianos que foram moda nos anos 60 e 70. Filmes de episódios (que depois saíram de moda) e um humor ácido, corrosivo, em que a gente ri muito, mas fica sensação de um mal estar no estômago a cada final de episódio.

É que o roteiro calca na miséria humana. Não importa quanto dinheiro ou cultura cada personagem enfocado tenha. Sua característica – como hoje é cada vez mais comum em nossa sociedade, a egolatria, o materialismo, o egoísmo, o individualismo são as notas definidoras do caráter das pessoas.

Cada um vale pelo que tem. Sucesso ou felicidade é medido pelo tamanho do patrimônio.

HOMO ARGENTUM corta fundo na carne. Quanto mais a gente ri, maior é a certeza de que algo está podre no reino da Dinamarca.

Claro que em 16 histórias, nem todas tem o mesmo nível de excelência.

Mas Francella e sua turma dão seu recado. A humanidade está doente.

Deixe uma resposta