Volta e meia, Hollywood resolve exorcizar seus demônios com filmes que cortam fundo na carne, expondo duramente as entranhas de suas tragédias. BLUE MOON, de Richard Linklater é um excelente filme sobre o alcoolismo e a decadência do compositor da Broadway Lorenz Hart, simplesmente o autor da eterna música mundialmente conhecida.
Ethan Hawk – em desempenho antológico – vive o compositor em seu ocaso de vida, quando seu parceiro da fase aura, Richard Rodgers lhe abandonou em face do alcoolismo e dos escândalos decorrentes, deixando-o à deriva.
Certa noite, quando estreava o novo sucesso de Rodgers na Broadway – sem a parceria de Hart – ele fica sozinho num bar aguardando a chegada de todos para se martirizar ainda mais pelo sucesso do ex-parceiro.
O elenco é maravilhoso. Além de Hawk, candidato certo ao Oscar, temos Bobby Cannavale (um Barman perfeito), Andrew Scott, Margaret Qualley, Patrick Kennedy, Simon Delaney e Jonah Lees.
Linklater, um dos ótimos cineastas de sua geração sabe ser lírico quando quer e destrutivo quando precisa.
Vemos no filme ou auge da arte inigualável Hart (reproduzida em suas músicas ao piano) e a decadência e auto destruição pelo álcool nas inúmeras manifestações de pena dele mesmo e dos membros da comunidade artística que chegam ao bar para comemorar o sucesso de Rodgers.
Este é o principal mérito. de. BLUE MOON. É um filme ao mesmo tempo lírico e cruel.
Como o final da vida do grande Lorentz Hart. O eterno autor de BLUE MOON.