A NETFLIX está exibindo o filme alemão NADA DE NOVO NO FRONT, dirigido pelo cineasta Edward Berger.
O filme vem fazendo uma carreira internacional extraordinária, ganhando prêmios em todos os lugares onde é exibido. Não à toa é indicado a nove Oscars.
Os méritos da obra de Berger são indiscutíveis. Durante duas horas e vinte e oito minutos, ele acompanha um jovem – entre milhares – que é jogado na loucura da Primeira Guerra Mundial com um discurso ufanista de que ali está nascendo a nova Alemanha e que eles serão os heróis da Pátria.
A cena me lembrou uma antológica passagem do documentário FAHRENHEIT 9/11, de Michael Moore, onde ele pára na rua congressistas americanos a favor da Guerra e diz que alistou os filhos deles. Usualmente, os políticos são a favor das guerras para os filhos dos outros.
O livro clássico de Erich Maria Remarque já serviu de base a vários filmes, um dos quais o clássico dirigido por Lewis Milestone, em 1930.
A parte formal do filme de Berger é impecável. Fotografia, som, música, efeitos visuais, tudo foi feito no melhor nível à disposição. O filme consegue mesmo ter cenas belíssimas em meio àquela destruição e mortandade absolutas.
Levei bastante tempo para ver o filme, porque acho que sabia que ele inevitavelmente é daquelas obras cinematográficas que nos leva a desacreditar na humanidade. Como é que tantas e tantas vezes os homens providenciam este tipo de morticínio bárbaro de milhares de jovens, seja em nome do que for?
Para finalizar, reiterando todos os méritos do filme de Berger, devo dizer que não entrou entre meus favoritos do tema. Sigo com GLÓRIA FEITA DE SANGUE, JOHNNY VAI À GUERRA, APOCALYPSE NOW e O FRANCO ATIRADOR, como meus filmes icônicos sobre a loucura da guerra.
Na minha opinião, com todas as honras o atual NADA DE NOVO NO FRONT ganha lugar na segunda prateleira. O que já é muito.
Cinemarcoblog 