Achei o filme ELVIS, do australiano Baz Luhrmann feito com excelência e com a força que as mais recentes produções sobre astros da música (BOHEMIAN RHAPSODY e ROCKETMAN, só para citar dois) vêm criando a partir do inegável fascínio das canções destes super artistas, em especial nas cenas dos shows e concertos que eles deram, filmados magnificamente para a tela grande.
ELVIS não fica atrás. O personagem Elvis Presley, por incrível que pareça, era muito pouco conhecido até o filme. Eu, por exemplo, embora tivesse ouvido falar no maléfico empresário Coronel Tom Parker, não tinha ideia de como e porquê ele tinha limitado tanto o artista.
Além do poder das canções de Elvis Presley, o filme tem seu poderio baseado nas interpretações de Austin Butler e Tom Hanks. Butler, 31 anos, tinha aparecido muito bem em ERA UMA VEZ EM HOLLYWOOD, de Tarantino, mas seu trabalho como Elvis é excelente. Surpreendente mesmo.
Tom Hanks, por certo, é um dos melhores atores de sua geração. Se formos citar seus trabalhos mais perfeitos, vamos levar muito tempo. FORREST GUMP e PHILADELPHIA, só para mencionar uma dupla. Seu Coronel Tom Parker é impressionante. Basta dizer que muitos espectadores só vão saber que é Tom Hanks horas depois de verem o filme. Maldoso na medida certa, fraco e forte ao mesmo tempo, acho que entrou para a galeria dos vilões mais odiados da tela.
A falta de liberdade de um artista como ELVIS traz de volta a reflexão sobre a prisão em que a fama coloca certos super stars. Isto o filme aborda brilhantemente. Elvis nunca fez um show fora dos EUA, um desejo seu que terminou se esfumaçando.
Há os costumeiros exageros de Luhrmann? Sim. O filme poderia ser um pouco mais curto e há certos momentos que passam uma sensação de que ele exagerou nas cores e brilhos. Mas, curiosamente, Elvis é um personagem tão exuberante que estes poucos exageros se enquadram no clima do filme. Entra na lista como um Luhrmann top.
Já li várias críticas que dizem que o filme não aprofundou temas mais polêmicos, como obesidade, drogas e brigas com a esposa (personagem bem apagada por sinal). Ok, foi a opção do filme.
Na minha opinião, não tira nada dos méritos inegáveis de ELVIS.
É um filme poderoso como seu personagem.